Instados por nota pública do Coletivo de Dirigentes Escolares da Rede Municipal de Contagem, respeitosamente esclarecemos: Reconhecendo que tenha havido qualquer excesso, um desses infelizes “arroubos de palanque” de parte de uma pessoa que participou da manifestação do último dia 22 de maio, precisamos diferenciá-los do todo do protesto.

Por serem ínfimos, comportam-se histrionicamente, e dar a eles contorno de maioria ou integralidade é cair, amadora e imaturamente, na mais surrada estratégia de ação política. Contra essa manifestação isolada de uma pessoa nosso mais absoluto repúdio. Vamos além: marcamos nosso desprezo não repercutindo o que de pior vem das sombras do obscurantismo, do preconceito e de uma certa veneração pela ignorância.

Devemos somar forças e manter o diálogo intersetorial no questionamento mais importante trazida pela manifestação: quando — e como — poderemos retomar as aulas presenciais ou híbridas, tanto na rede privada quanto na rede pública de educação?Desde a primeira hora externamos nosso apoio aos profissionais de Educação, quando fora apresentado e aprovado Requerimento 255, de 16/02/2021http://legislativo.cmc.mg.gov.br:8080/…/materia_mostrar… — pedindo que os professores(as) e todos(as) os(as) servidores(as) da rede pública e privada de educação do município de Contagem recebessem prioridade na vacinação contra a Covid-19 — e lamentamos não ter chegado ao conhecimento de vocês “Moção Pública exigindo vacina para educadores por parte dos legisladores municipais”.

Esse requerimento recebeu a assinatura da maioria absoluta dos vereadores, o que demarca, de forma inequívoca, o apoio do Legislativo Municipal a classe da Educação, no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Essa Câmara de Vereadores, com a participação decisiva da Comissão de Educação, aprovou em regime de urgência a autorização legislativa para Contagem integrar o Consórcio da Frente Nacional de Prefeitos para aquisição de vacinas pelos municípios e aprovamos, em tempo recorde, a nova composição do conselho do FUNDEB, garantindo aporte de novos recursos para a Educação.

Também nos solidarizamos com a preocupação externada pela categoria através do SINDUTE e agora reafirmada pelo Colegiado de Dirigentes de que os professores estão sendo obrigados a custearam dos próprios rendimentos toda a estrutura tecnológica para que as aulas pudessem acontecer, começando pelo abandono da privacidade dos seus contatos telefônicos; em muitos casos, pela aquisição de câmeras digitais, novos aparelhos celulares, microfones com melhor captação de áudio, com a imersão de aprendizado para operação de uma infinidade de programas de teleconferência e outra enormidade de coisas. Tal situação precisa ser mudada, criando as condições adequadas para o trabalho e o ressarcimento dos valores gastos com tais despesas.Do ponto de vista da rede privada de educação, todos nós temos notícias do fechamento de escolas tradicionais em toda Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Estamos falando da extinção de um incontável número de postos de trabalho, que começam na área administrativa e se estende até professores e professoras. Afora consagradas instituições de ensino, mais de centenas de pequenas escolas, creches e berçários que também cumprem uma importante função social, também estão encerrando suas atividades. No curto prazo, podemos estar de frente para uma explosão de demanda de vagas na rede pública de educação. Também não podemos desconsiderar a legítima mobilização de país de alunos, que vêem o esvaziamento de mais um ano escolar, com impactos conhecidos por todos para a formação intelectual das nossas crianças e adolescentes.

Sempre respeitando a autonomia de decisão da família e a implantação de rigorosos protocolos sanitários, de acordo com a realidade de cada escola, o debate sobre o retorno paulatinamente das aulas presenciais é mais do que legítimo e necessário nesse momento. Do erro ou acerto nessa decisão, dependerá o futuro de muitas crianças que hoje só lhes restam as ruas ou a solidão em lares, cujos pais tem que trabalhar, por constituírem categorias essenciais e que, muitos ainda, também não tiveram acesso ao sagrado direito a vacina.

Reconhecemos o absoluto desprendimento vocacional dos professores da rede de educação de Contagem, que aceitaram levar para dentro das suas casas suas turmas escolares, por meio das aulas por videoconferência. Não são poucos os nossos desafios aqui na Comissão de Educação da Câmara Municipal de Contagem. Temos trabalhado muito na direção de colaborar com superação de tão singular momento que afeta a todos nós. Nossa comissão continua de portas abertas para debatermos e encontramos juntos as condições ao que também é o desejo desse coletivo de dirigentes escolares, registrado nessa carta, que é o retorno às aulas presenciais.

Contagem, 28 de Maio de 2021.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA CÂMARA DE CONTAGEM

Vereador Pastor Itamar – Presidente

Vereador Abne Mota – Vice-Presidente

Vereador Carlin Moura – Relator

ANEXOS:Fala do Vereador Pastor Itamar na Tribuna https://youtu.be/OGJqNvsvaSQ

Fala da Professora Zuleica Ávila na Tribuna https://youtu.be/bXj-eJElo08

Fala do Vereador Carlin Mourahttps://youtu.be/6JqIyWIX2XM