Como bem pontuado pela Sra. Prefeita na coletiva de ontem:

  • Contagem depende muito dos empregos no comércio e indústria, diferentemente de BH que conta com maior participação dos servidores públicos nas esferas municipal, estadual e federal;
  • Nesse momento não temos mais auxílio emergencial e tampouco, regime diferenciado de contrato de trabalho;
  • A Sra. Prefeita reforça o diálogo com a sociedade.

Diante dessas considerações apresentou como um dos principais pontos a LEI SECA.

Acredito que a LEI SECA nesse momento não seria ideal pois não vai atingir os objetivos centrais que é o distanciamento social. Com a lei seca nosso comércio vai acabar de quebrar. Sem o consumo de bebidas o cliente não vai mais nos nossos bares e restaurantes; a compra será feita nos supermercados em função natural dos preços. Além disso, com a LEI SECA, irá proliferar as festas clandestinas e as reuniões em casa, que hoje são os maiores causadores da transmissão do vírus.

Sem o consumo, os bares e restaurantes serão obrigados a fechar as portas e fazer demissões. Hoje nossos comerciantes são os maiores parceiros na fiscalização das regras do distanciamento. Nossos bares e restaurantes são exemplos de cuidado, com uso do álcool em gel, uso de máscara, redução de público, distanciamento de cadeiras e etc. Defendo a manutenção do consumo de bebidas e a intensificação da fiscalização com a participação dos nossos comerciantes.

Em vários municípios adotou-se a extensão dos horários de funcionamento do comércio ao invés de restrição e diminuição. Isso promoveu a redução do índice de contaminação, inclusive obrigando os bancos a ampliarem o horário de atendimento. A proibição de consumo de bebidas não vai diminuir a contaminação. O que vai resolver é a fiscalização de festas e baladas que vão continuar acontecendo, ainda mais com a “lei seca”. A proibição vai trazer sérios problemas aos proprietários de “botecos”, que na grande maioria, nos bairros principalmente, são aposentados que fazem do bar um complemento na renda.

Lembrando que o auxílio emergencial acabou. Vai ter um “auxílio emergencial“ para os donos de bares? Acredito que outras medidas devem ser tomadas como: continuar normalmente com os shoppings abertos (limitando a entrada das pessoas com um simples contador nas portas); não diminuir o número de ônibus, como Belo Horizonte vai fazer e com isso mais pessoas amontoadas em menos horários (um absurdo); a criação um Hospital de Campanha urgente, com auxílio da iniciativa privada, como Betim fez com a Fiat e negociar com o Mater Dei e UNIMED. O primeiro com unidade na divisa com Betim e o segundo com unidade de atendimento na cidade ; agilizar o protocolo com o BUTATAN para iniciar a vacinação o mais breve possível; estudar mecanismos de renúncias fiscais para os setores mais afetados, referentes ao IPTU, ISS e outras taxas; ampliar a presença da Guarda Municipal nas feiras para garantir distanciamento e funcionamento das feiras e elaborar um calendário para retorno às aulas nas redes públicas e privadas.

Contagem, 09/01/2021. Vereador Carlin Moura.